Vocês sabiam que na africa não se faz uso de azeite doce? Então a pergunta... como "azeitar" os Orisás funfun, ou aqueles que não pegam dendê?
Dentro do meu conhecimento e entendimento ressalto que há determinados produtos usados para fins ritualísticos em nossa religião que possuem seus "substitutos", porém esses não perdem dentro de sua essência sua real colocação no culto a ser realizado e muito menos sua significância para com òrìsà em questão.
O limo da costa, também conhecido como banha de Orí é indispensável no que se refere ao culto dos òrìsà funfun (divindades da supremacia do branco), o limo é extraído de uma árvore africana (Butyrospermum paradodum) e no território africano é chamada de Èmí, Èmí-èmí, Èmí gidi, Èmí gbégi, Akúmálápá e Òrí.
Seus substitutos diretos é o óleo de algodão extraído das sementes do algodoeiro (Gossypium herbaceum, L. Malvaceae), este produto é conhecido em Yoruba pelo nome de òwú elépà, sendo que a folha do algodão é amplamente usada nos nossos rituais para variados fins, sendo esta pertencente a todos os òrìsàs funfun.
O segundo substituto é o óleo (gordura) de coco (Cocos nucifera, L. Palmae) este conhecido em Yoruba pelo nome de Àgbon. Este sim não foi trazido da África, pois se origina da Índia Ocidental, foi integrada ao culto dos òrìsà funfun devido a sua cor branca e suas propriedades medicinais dos quais possuem em sua essência o àsé das divindades do branco.
Não há indícios do uso referente ao azeite de oliva nas sociedades africanas, pois esta espécie não consta no herbário Yoruba. Aqui no Brasil o uso deste era comum nos senhores de fazenda, coronéis e chefes de estado e não nas senzalas.
Importante observar para que tomemos cuidado na compra da banha de orí, pois existem muitos comerciantes que vende BANHA DE CARNEIRO como banha de orí.
BABÁ DAVI T'OYÁ
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